As imagens das câmeras de segurança foram cruciais para a acusação, mostrando o momento dos disparos e a fuga em seguida. No total, foram 13 tiros disparados contra as vítimas, em plena luz do dia, na frente da casa onde morava a jovem Isabela. A brutalidade do crime, cometido diante da própria filha do réu, chocou o país e gerou grande comoção popular.
Após o crime, Paulo Cupertino fugiu imediatamente do local. A fuga foi planejada e eficiente, dificultando a ação da polícia por anos. Cupertino ficou foragido por quase três anos. Durante esse tempo, ele circulou por ao menos dez estados brasileiros e passou por dois países diferentes. A Polícia Civil chegou a incluir seu nome na lista dos criminosos mais procurados do país. A caçada envolveu diversas forças de segurança e alertas internacionais, mas Cupertino conseguiu se manter oculto com o apoio de conhecidos e familiares.
Ele foi finalmente capturado em maio de 2022 em um hotel de São Paulo, após uma denúncia anônima. Durante a prisão, mostrou resistência em colaborar, mas foi detido sem troca de tiros. A longa fuga foi usada pela promotoria como um indicativo de culpa e intenção de evitar a Justiça. Dois homens — Eduardo José Machado e Wanderley Antunes Ribeiro — também foram denunciados por terem ajudado Cupertino a se esconder, mas acabaram sendo absolvidos.
A Sentença e as Repercussões
O juiz destacou a crueldade do crime, cometido na frente da própria filha do réu, e considerou como agravantes a premeditação e a tentativa de fuga. Cupertino permaneceu foragido por quase três anos, tendo passado por diversos estados e países até ser capturado em 2022.
O promotor Rogério Zagallo, do Ministério Público de São Paulo, comentou sobre a relevância da pena:
“O Brasil tem uma cultura da pena mínima. Esse caso foi gravíssimo, e o Judiciário precisa entender as consequências sociais de atos como esse.”
Durante o julgamento, o empresário negou todas as acusações. Afirmou que não conhecia Rafael e seus pais, que não havia motivo para o crime e que não havia premeditação. Segundo ele, fugiu do local após encontrar os corpos e avistar "vagabundos" que estariam deixando a cena. Declarou ainda que não prestou queixa por medo de represálias contra sua família. Porém, as imagens obtidas pelas câmeras de segurança e os depoimentos de Isabela e da ex-esposa Vanessa foram decisivos.
Isabela relatou que ouviu os tiros rapidamente e se desesperou. Vanessa foi mais direta e declarou em audiência: "O que posso dizer é que ele assassinou as três pessoas a sangue frio". A promotoria destacou a ausência de arrependimento por parte do réu, e o juiz rejeitou todos os pedidos de nulidade feitos pela defesa. As tentativas da equipe de advogados de descredibilizar as provas não surtiram efeito, já que havia registros visuais e circunstanciais robustos contra o acusado.
Cupertino respondeu apenas às perguntas de suas advogadas e se recusou a dialogar com os promotores. Em determinado momento do julgamento, ficou visivelmente emocionado ao saber que a filha retirou seu sobrenome. A defesa apresentou uma carta de uma sobrinha, tentando traçar o perfil emocional do empresário como "amoroso", além de criticar o que chamaram de "comemoração indevida" por parte da polícia no momento da prisão.
O ator Rafael Miguel, assassinado aos 22 anos, ficou conhecido nacionalmente por interpretar o personagem Paçoca na novela "Chiquititas", do SBT, além de papéis em produções da Globo como "Pé na Jaca" e "Cama de Gato". Também protagonizou um famoso comercial onde uma criança pede brócolis à mãe. Sua carreira estava em ascensão e sua morte representou uma perda precoce para o entretenimento nacional.
Fotografia das vítimas de Paulo Cupertino
Opinião
A sentença serve como um marco contra o machismo e a intolerância que ainda ceifam vidas no Brasil. O caso de Rafael Miguel não pode ser esquecido — ele é símbolo de como o amor e a liberdade individual ainda enfrentam resistência em alguns lares.
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